Eduardo Quintas, oficial de Justiça há 35 anos em São Paulo (SP), maior Tribunal de Justiça do mundo, participou da Assembleia Geral dos Oficiais de Justiça de Mato Grosso, nesta sexta-feira (25.05) e falou para o Sindojus/MT.

Segundo Eduardo Quintas, revelou que o oficial de Justiça em São Paulo tem uma característica muito importante - que é trazer o judiciário para perto da população - e isso tem diminuído, segundo ele, bastante os contratempos e incidentes contra alguns colegas. 

 “Nossas experiências lá são maiores que as demais, devido ao número de processos e outras situações que passamos lá, peculiaridades específicas do local. Porém, vem melhorando com o tempo. O que nos falta é o que falta no Brasil inteiro, que são mais oficiais com o número crescente de processos”. 

Quintas destacou a importância dos oficiais de Justiça de Mato Grosso se sindicalizarem, estudarem e se aperfeiçoarem. “Cada vez que você tem mais conhecimento, você será mais bem recebido. O recebimento da parte vai ao encontro do que você leva, quando você leva o conhecimento do direito, ele vai te receber muito melhor, vai abrir as portas para você. Quanto mais sindicalizados, mais forte fica o Sindicato e mais conquistas para a categoria.”

Quintas, que também é diretor da Fesojus, observou que todos os oficiais de Justiça que atuam em São Paulo são de carreira - e em setembro deste ano, entra em vigor o nível superior – que segundo ele, foi uma briga de 30 anos para conseguir.

Questionado qual a principal reivindicação dos oficiais de São Paulo que ele acredita ser igual em Mato Grosso, Eduardo disse que é a questão do transporte. 

“Todos nós utilizamos o próprio veículo para atender ao Estado. É a única categoria de todo o Brasil, que temos conhecimento, de funcionários públicos que põem o próprio veículo a disposição do Estado. Isso é um absurdo, sabemos que há uma complementação que se diz por conta disso, mas ela não é suficiente para as demandas que temos no exercício da profissão. Entre elas, até o desvio de função que dirigir o veículo para Estado. Nós não ganhamos como motoristas. Não temos nenhum acréscimo por esse serviço”, destacou. 

Quanto ao porte de arma para os oficiais, Eduardo Quinta diz que é favorável, porém, com responsabilidade. “Nós temos que levar em consideração as dimensões do Brasil, é muito importante que o porte de arma seja aprovado, porque há muitos oficiais de Justiça que se embrenham na mata para cumprir mandado. Ele está sujeito a ataques de bichos ferozes, sujeito a uma série de coisas. Outro fato que é importante é que o oficial trabalha sozinho com seu veículo, é importante que ele possa se proteger de ataque inesperado, ele nunca sabe o que vai encontrar pela frente. Após a aprovação da PEC, que eu tenho certeza que será aprovada, que exijamos dos Tribunais de Justiça, o treinamento adequado para que diminua ao máximo os eventos e dissabores com armas. Nós queremos proteção”, finalizou. 


Edina Araújo/Assessoria Sindojus/MT
Foto: Edina Araújo/Sindojus/MT